Caçador de Virtudes

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Charles Chaplin

Menina



Garota dos olhos castanhos
Do olhar fixo no nada
Dê-me um pouco de sua atenção
E te direi lindas palavras.

Menina de lábios delicados
Movendo-os com jeito sedutor
Dê-me um pouco de teu doce
E me deixe tornar seu amor.

Garota de longos cabelos negros
Dançando seus fios ao som do vento
Dê-me a honra desta dança
E viva pra sempre em meu pensamento.

Menina da pele clara
E com mãos tão macias
Dê-me a sensação de um toque
E libere minha mente vazia.

Você que é uma dádiva
Torne meu grande amor
Pra mim é você ou nada.

Você com seu jeito inocente
Esculpida pelas mãos do maior escultor
Desta obra que ele nunca lamente.

O artesão e o seu jeito inovador
Deu à vida pro meu grande amor
Mas não quero eu
Tomar posse te ti
Perfeição de Deus
Só pertence a si.

Menina dos olhos castanhos
Menina dos meus sonhos
Menina dos cabelos negros
Menina que não tem medo.

Garota ainda tão menina
Menina já tão linda.

Menina dos lábios delicados
Menina me deixou apaixonado
Menina da pele clara
Você é a minha amada.

Garota ainda tão menina
Menina já tão linda.

Jamais o meu Fim


É a hora que nunca passa
É a estrela cadente que não cai
É a morte que não mata
É a partida que nunca vai.

É o céu que não escurece
É o corpo que não envelhece
É o sol que não aquece
É o amor que ninguém merece.

Mas eu não vou te esquecer
Mesmo se eu nunca mais te ver
Você é tudo para mim
Meu começo, meu meio
Mas jamais o meu fim.

Não importa o que acontecer
Eu jamais vou esquecer você
Você é tudo para mim
Meu começo, meu meio
Mas jamais o meu fim.

É o vento que não sopra
É o relógio sem a hora
É a chuva sem a água
É o coração sem a mágoa.

É como a vida morrer
É como a luz apagar
É como a vitória perder
E como o ódio amar.

Assim
Sou eu sem você
Impossível acontecer
Em meus pensamentos
De cada momento
Antes de eu morrer
Realmente
Impossível acontecer
Eu sem você.

Conto de um corpo sozinho


Fazia frio
Não era aquele frio do sul
Mas era uma manhã fria
O sol timidamente sorria
E eu timidamente chorava
Não por causa do frio
E sim por causa do vazio
Que me assombrava.

Peguei na porta
O jornal
Como todas as manhãs eu fazia
Nada me interessava para ler
Era normal
Todas as manhãs isto acontecia.

E o frio continuava
E a solidão continuava
E o meu coração parava
E mal sabia onde estava.

Estava caminhando sem direção
Estava sozinho na contramão
Mas nenhum veiculo passava
Era apenas eu e a estrada
Era apenas eu e o sereno da madrugada
Um dia inteiro
E nada de diferente
Um dia pelo bueiro
Sem nada na mente.

Outro dia frio
Chuvoso também
De novo o vazio
Faltava alguém
Era você
Afirmo com toda certeza
Este alguém era você
Mas onde você estava?
Mal esperava para saber
O telefone depois de dias
Enfim, tocou
E foi só para me avisar
Que Deus roubou meu amor.

Mais um dia frio
Chuvoso novamente
Para sempre sozinho
Ficarei eternamente
Sentado neste túmulo
Reservado para você
Agora que já foi meu tudo
Só falta eu partir
Já chegou o fim
A alma já se despediu
O coração já partiu
Mas meu corpo ficou
As lágrimas confundidas
Com as gotas da chuva
As palavras reprimidas
No meu soluço sem você.

Um dia quente
O inverno acabou
Adeus toda gente
Minha vida se encerrou
Agora vou viver para sempre
Ao lado do meu grande amor.

Aos pobres da nobreza

Começo hoje uma coleção de poemas, tentando retratar a vida dos nobres, vale uma ressalva que nobre não quer dizer rico!


Quando a beleza
Se torna um prato feito
E faz a tristeza
Bater tão forte no peito.

Quando o sonho
Se torna apenas um brinquedo
É que o dono
Já está mais que satisfeito.

Quando o dinheiro
Não traz mais alegria
O único jeito
É dizer adeus pra vida.

Aos pobres da nobreza
Deixo apenas meu lamento
Aos ricos da pobreza
Que curtem cada momento
Deixo meu sorriso aberto
Deixo meu abraço sincero.

E quando uma criança
Lhe sorrir um riso inocente
Traz de volta a esperança
Contagiante, fortalece a gente.

E você esquece a sujeira da lama
E esquece o título de nobre dama
E então você entra na dança de ciranda
E enfim, esquece a idade, volta a ser criança.

Aos pobres da nobreza
Aos pobres da nobreza
Aos pobres...
Da nobreza
Deixo apenas minha tristeza
Que não quero que me acompanhe nunca mais.