Caçador de Virtudes

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Charles Chaplin

Pesadelos


As minhas noites têm sido longas
Pesadelos me atormentam alta madrugada
São nossos momentos vindo a tona
São os nossos sentimentos transformados em lágrimas.

É um novo tormento toda vez que fecho os olhos
Espero por belos sonhos como contos de fadas
Mas os pesadelos mais parecem filmes de terror
E como correr e nunca chegar ao fim da estrada.

Por favor...
Preciso que sua alma descanse em paz
Por amor...
Ao meu espírito ainda não capaz...
De se libertar dos pesadelos desta madrugada
Antes que não sobre mais nada.

Medo...
De dormir
E o pesadelo voltar
Medo
De nunca mais acordar.

Os Primeiros Traços


Dedos adolescentes
Com o lápis rabiscam o caderno
Rascunhos inteligentes
Dos primeiros traços deste boneco.

Olhos concentrados
Nas imagens que se formam em sua mente
Junta os pedaços
Para a construção de sua pequena gente.

Suor na testa
É o trabalho de uma cabeça pensante
Nada tem pressa
Pra concluir os primeiros traços incessantes.

Riso no semblante
Orgulho de uma obra do coração
Nada estressante
Quando feito com amor e dedicação.

É o tempo que leva a perfeição
As palavras são melhores compreendidas com a maturidade
E a melhor ferramente é o coração
Que molda com estilo e beleza o valor da amizade.

Aprendiz



Ele pega em minhas mãos
Vai me conduzindo com sua delicadeza
Com os olhos toca meu coração
Os seus gestos expressam sua sutileza.

Ele pega as ferramentas na gaveta
Me apresenta a elas dizendo o nome
E com a sua grande destreza
Expressa em sua face um nobre homem.

E eu...
Tentando aprender com sua sabedoria
E eu...
Vendo em seu rosto a tua alegria
E eu...
Que ainda sou apenas aprendiz
E eu...
Que assim tento ser mais feliz.

Aprendendo os traços deste desenho
Aprendendo a manipular estas cordas
Aprendendo com o meu próprio tempo
Aprendendo a controlar as minhas obras.

Minha Pequena Grande Obra





Os traços ainda são tortos
E os olhos olham vesgos
Os dedos não se separam
A face segue sem queixo.

Mas não me queixo
Após a obra finalizada
É apenas o começo
De uma vida moldada.

As pernas são tortas
Joelhos nem existem
A cintura segue o tronco
E os movimentos são difíceis.

Uma pequena marionete sem movimento
Apenas uma face triste
Com olhos de cristais sem vida
Lascas de madeira retiradas do sofrimento.

Ainda não tem nome
Mas ganha vida
Minhas mãos seguram agora
Minha pequena grande obra.